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Salmão geneticamente modificado chega ao mercado dos EUA

A Dirt to Dinner e a Genetic Literacy Project publicaram um artigo interessante sobre o primeiro salmão geneticamente modificado aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) e pela Health Canada. O texto explica todo o processo de produção do salmão AquaAdvantage ao mesmo tempo que levanta e responde a questões relacionadas com a sustentabilidade, a certificação, as mais valias quer ambientais, quer económicas, e os perigos da pesca excessiva nos oceanos e rios.

Neste artigo, a redatora especializada na área da alimentação Lucy M. Stitzer começa por explicar o que a levou a investigar a fundo o salmão AquaAdvantage, o primeiro (e único até agora) salmão geneticamente modificado aprovado como “seguro e eficaz” pela Food and Drug Administration (FDA), a agência  responsável pela proteção e promoção da saúde pública nos EUA, e pela Health Canada, entidade governamental que trabalha para garantir a redução de riscos à saúde dos canadenses.

Produzido, imagine-se, no improvável estado do Indiana, mais conhecido pelas industrias agropecuária, o salmão GM “é mais sustentável porque alcança a maturidade em apenas 18 meses”, muito menos tempo que um salmão de viveiro, que precisa de 36 meses para atingir o crescimento máximo, e que um salmão selvagem, que pode levar sete anos. Esta variação no tempo de maturidade deve-se a fatores como a pressão ambiental: o salmão selvagem demora mais tempo a crescer porque tem de procurar alimento e evitar predadores; o salmão de viveiro está exposto a doenças, parasitas e, por vezes, água muito quente.

O salmão foi geneticamente modificado para que sobrevivesse às primeiras fases de crescimento, que são as mais vulneráveis. Dito de uma forma muito simplista, o que os investigadores fizeram foi uma combinação do salmão do Atlântico, do gene de crescimento do Salmão-Rei (Oncorhynchus tshawytscha ) e de um ‘promotor’ de crescimento do gene da faneca (Trisopterus luscus) do oceano.

Vantagens

Apesar do seu crescimento contínuo até à fase adulta, o salmão GM requer menos alimentação diária e essa é uma vantagem que não se pode desprezar. Diz a autora do texto que “é possível produzir meio quilo de peixe com menos de meio quilo de ração”. Outra das vantagens apontadas é o cultivo sem antibióticos, em tanques contidos, sem possibilidade de transitarem para a natureza, e altamente regulamentados, com dispositivos de biofiltração que mantêm a água limpa, fresca e em ótimas condições para o peixe prosperar.

Em 2018, o salmão do Atlântico, atrás do camarão, era o peixe de viveiro mais valorizado do mundo. As projeções de alta continuam e devem crescer: de cerca de 3,5 milhões de toneladas em 2019 para 4 milhões de toneladas em 2023. Daí a importância, como se sublinha no artigo, da produção sustentável de salmão, enquanto os habitats naturais aquáticos recuperam das atuais condições de sobrepesca.

25 anos a ser estudado antes da aprovação

A FDA aprovou o AquaAdvantage há cinco anos, mas este salmão foi geneticamente modificado há já 30 anos. A agência responsável pela proteção e promoção da saúde pública nos EUA não podia aprová-lo sem primeiro obter respostas a três questões: é seguro para consumo humano? É seguro para o meio ambiente? É seguro para os peixes?  Demorou 25 anos a conseguir as respostas. Positivas, por sinal.

A previsão de Lucy M. Stitzer para a chegada do salmão da AquaBounty ao mercado norte-americano era Dezembro de 2020.  As lojas de venda ao público têm de obedecer aos padrões de divulgação de alimentos de engenharia genética impostos pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA),  pelo que não há forma de os consumidores comprarem salmão geneticamente modificado sem saberem. No entanto, o mesmo não se aplica aos menus dos restaurantes.

Leia o artigo integral em GLP ou em Dirt to Dinner, onde o texto foi originalmente publicado.  


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