03-09-2019
Investigadores internacionais pedem plantação de árvores transgénicas
Numa carta publicada na revista Science, quinze investigadores de vários países solicitam às organizações florestais internacionais a suspensão da proibição de plantações de árvores geneticamente modificadas (GM) em áreas florestais com certificado de sustentabilidade. Como argumento, alegam que as árvores transgénicas podem ajudar a enfrentar os desafios ambientais atuais e melhorar a manutenção de uma floresta sustentável.
“Essa restrição não faz sentido”, assegura a investigadora Sofia Valenzuela, bioquímica da Universidade de Concepción, no Chile, referindo-se à lei que proíbe o cultivo de árvores GM em áreas florestais com certificação sustentável. “As organizações sem fins lucrativos como a FSC-Forest Stewardship Council, com sede na Alemanha, atestam a gestão sustentável das florestas, colocando nos produtos feitos a partir de árvores - uma resma de papel, uma caixa de papelão, madeira - o seu logótipo.”
Um dos requisitos para obter a certificação de sustentabilidade é ser uma árvore não-GM, o que, para a investigadora chilena, trava a investigação e priva a população de usufruir dos benefícios de uma tecnologia com um grande potencial para solucionar muitos dos problemas prementes que as florestas enfrentam.
Valenzuela e mais catorze investigadores que assinam a carta publicada no dia 23 de agosto na Science garantem também que a produtividade da plantação de árvores como o eucalipto poderia aumentar significativamente com eucaliptos geneticamente modificados para alcançarem um crescimento rápido.
Mais informação no artigo da Science, no ISAAA, no FSC e no PEFC-Programme for the Endorsement of Forest Certification, que, juntamente com o FSC, certificou mais de 440 milhões de hectares de floresta no mundo.