21-12-2018
A biotecnologia torna a produção agrícola ambientalmente mais sustentável
Uma agricultura mais ‘verde’ significa ar, água, terra e energia mais limpos. Apesar dos atuais e decisivos desafios impostos pelas mudanças climáticas e pelo aumento da demanda por terras cultiváveis e recursos naturais, os agricultores são capazes de produzir alimentos de um modo mais favorável ao meio ambiente graças à biotecnologia.
Desde a celebração do Dia da Terra de 2010, a BIO - Organização de Inovação em Biotecnologia [a maior associação comercial do mundo, representa empresas de biotecnologia, instituições académicas, centros de biotecnologia estatais e organizações afins nos Estados Unidos e em mais de 30 outros países] tem desenvolvido esforços no sentido de aumentar o conhecimento das pessoas sobre os muitos benefícios ambientais proporcionados pelas culturas, árvores e animais GM (geneticamente modificados).
A biotecnologia fornece ferramentas que permitem soluções para muitos dos desafios ambientais que o mundo enfrenta atualmente. Na agricultura, o uso da biotecnologia beneficia o ambiente na medida em que:
- Aumenta o rendimento da produção e reduz a pressão pela transformação de mais terras, muitas vezes erodíveis, em solos cultiváveis;
- Utiliza culturas GM que permitem o plantio direto, melhorando dessa forma a humidade do solo e reduzindo a sua erosão, e limitando as emissões de dióxido de carbono;
- Usa culturas GM que necessitam de menos aplicações de pesticidas e que prosperam em um ambiente de plantio direto, reduzindo consideravelmente o consumo de energia nas plantações e os impactos ambientais associados;
- Reduz a produção de resíduos associados à agropecuária, através de rações e suplementos nutricionais que contêm produtos alimentares GM.
“A população mundial é de quase 7 mil milhões de pessoas e deverá chegar a 9 mil milhões nas próximas duas a três décadas. Alimentar e abastecer um planeta em crescimento exigirá um aumento de 70% na produção agrícola”, afirmou Sharon Bomer Lauritsen, vice-Presidente Executivo de Alimentos e Agricultura da BIO. “A biotecnologia pode ajudar-nos a aumentar a produção de maneira sustentável do ponto de vista ambiental.”
Bomer fez referência a um relatório publicado pelo Conselho Nacional de Pesquisa que detalha os benefícios ambientais das culturas biotecnológicas, como reduções no uso de pesticidas, e maior uso de técnicas de cultivo que reduzem a erosão do solo, poluição da água e emissões de gases de efeito estufa. “Um dos benefícios mais significativos do uso de culturas biotecnológicas é a redução do uso de energia nas plantações e a redução das emissões de gases de efeito estufa de práticas agrícolas por via do plantio direto”, acrescentou. “Em 2007, por exemplo, os 274 milhões de acres [um acre equivale a 4046.86 m2] de plantações em que foi usada a biotecnologia resultaram numa redução de 31,3 mil milhões de libras nas emissões de dióxido de carbono. Isso equivale a remover 6,3 milhões de carros da estrada durante um ano.”
Mas a biotecnologia não está apenas a ajudar os agricultores de hoje. Está também a prometer ainda mais soluções para os desafios de amanhã. No futuro, teremos culturas e árvores biotecnológicas mais tolerantes a stresses ambientais - como secas, geadas, inundações e solos com alto teor salino. Teremos culturas GM que aproveitam os nutrientes do solo, como o nitrogénio, de maneira mais eficiente, reduzindo, assim, a necessidade de fertilizantes. Teremos animais GM que usam o alimento com mais eficiência e produzem menos resíduos. E teremos resíduos agrícolas, como os pés de milho, usados para criar energia natural.
"Os agricultores não estão indefesos na sua luta contra os desafios que se impõem à produção agrícola. Podemos enfrentar esses desafios com soluções mais sustentáveis", garantiu Bomer. "A biotecnologia continuará a ser uma das ferramentas mais ‘verdes’ disponíveis para ajudar os agricultores a fornecer melhores alimentos, combustíveis e fibras suficientes para atender a uma população crescente."
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